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Alvarinho, Dom Pérignon e o Méthode Rural



Pode um festival de vinho ser considerado Romântico?


No próximo fim-de-semana terá lugar em Melgaço a 2ª Edição da Festa do Espumante, em pleno centro da vila mais a norte de Portugal. Celebra-se a técnica laboriosa de produção de um vinho que é reconhecidamente um dos mais elegantes dentre todos os produtos vínicos. Pode então um festival de vinho ser considerado Romântico? Essa é a questão que tentaremos responder quando formos medir a temperatura e o requinte que se possa associar a um dos mais elegantes eventos que têm lugar na região vínica Monção-Melgaço, já nos próximos dias 25, 26 e 27 de Novembro.

As origens da produção de espumante teriam que estar intimamente ligadas à vida religiosa, uma vez que, à semelhança das cervejas artesanais, também o espumante teve um percurso idêntico, ainda que ligado a uma feliz coincidência: o engarrafamento do vinho antes que a fermentação alcoólica tivesse lugar produzia muitas vezes um indesejado gás, que em muitos casos acabava por estragar o conteúdo das garrafas. No entanto, o espírito curioso de alguns abades na região da Languedoc francesa no remoto século XVI viria a transformar-se em método intencional de produção de vinho. Chamaram-lhe méthode rural (método rural) e desde então o aperfeiçoamento da técnica espalhou-se pelo mundo inteiro.

Por vezes ouvimos falar de champanhe em vez de espumante. Essa pequena confusão surge devido à zona onde se generalizou a produção deste vinho de alta qualidade, a zona de Champagne em Reîms no nordeste da França. E ainda hoje se disputa a verdadeira origem do espumante, ainda que pareça ter mais força esta última, uma vez que o produto assumiu o nome da região onde é produzido. Bom, só para nos situarmos e concluirmos este contexto histórico diremos que

  • o champagne é feito a partir de três castas, chardonnay, pinot noir e pinot meunier, que existem numa região de origem controlada (Champagne)

  • que foi Dom Pérignon, outro abade, que no final do século XVII conseguiu perceber os fenómenos associados à fermentação em garrafa;

Quanto à Festa do Espumante, única no Alto Minho, ela cria a expectativa de mostrar a origem de um vinho feito a partir de uma única casta, o Alvarinho. Para além da simbologia que poderá ter beber um vinho de alta qualidade que resulta de um processo ainda no seu início – uma vez que a produção de espumantes desta casta é ainda um fenómeno recente- , estamos expectantes em perceber em que medida é que o programa anunciado poderá contribuir para a criação de um ambiente romântico. Do que foi visto no ano de 2015, o ambiente criado pelas jogos de luzes, tipo de mobiliário (cadeirões e sofás confortáveis, por exemplo) e temperatura ajudaram a criar um ambiente intimista no recinto do evento. Este ano, a programação promete também um melhor entretenimento durante os três dias do festival. Deixamos aqui o programa anunciado do evento e o convite para virem experimentar sensações românticas em Melgaço, já neste fim-de-semana. Um brinde!


Foto e programação retirada do site do evento (www.festadoespumante.com)


Programa anunciado




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