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O começo dos tempos: a luta por Portugal!



Guimarães tem a fama de berço da nacionalidade por ter sido nesse castelo que D. Afonso Henriques, resistiu às investidas de Afonso VII, seu primo em 1127 na pretensão pelos territórios do Norte de Portugal, para juntar ao trono de Leão e Castela. No entanto, foi no Alto Minho que se fecha esta luta, através de um torneio (ou justa) realizado no ano de 1140.


A luta entre cavaleiros de Afonso Henriques e do seu primo Afonso VII evitou uma batalha de carnificina e Portugal podia então começar. É hoje possível apreciar um conjunto escultórico nos Arcos de Valdevez, autoria do artista José Rodrigues, recentemente desaparecido. Belíssimas esculturas em bronze, colocam frente a frente os primos que lutaram pela criação dos reinos que acabariam por estabelecer a fronteira terrestre mais antiga da Europa, com o Rio Minho a mostrar-se como a barreira física e mental por excelência.


É no Alto Minho que se cria a nacionalidade bem como o imaginário colectivo português- a luta contra o arqui-inimigo Castela . Este medo obrigou sucessivas gerações a viver amedrontadas pela guerra que se travava fora e por vezes dentro das muralhas medievais. Segurar as fronteiras a norte mostrou muitos dos monarcas a repensar as estratégias de defesa do reino de Portugal. As vilas do Alto Minho, em particular as que se situam junto ao Rio Minho, são hoje a prova monumental deste passado de defesa: as 4 grandes fortalezas do Noroeste português em Monção, Valença, Caminha e Viana do Castelo. Magníficas construções Quinhentistas, Seiscentistas e Setecentistas que perduram hoje como algumas das principais marcas do urbanismo destes lugares, pelas suas muralhas, baluartes ou revelins. Em Valença o seu valor simbólico é de tal forma elevado que a Fortaleza é candidata a Património Mundial da UNESCO.


Mas não se pode dizer que apenas estes quatro lugares tenham tido importância na definição da nacionalidade. Todas as terras raianas conservam hoje em dia os seus castelos, as suas torres de menagem, as suas estruturas defensivas que fazem de Portugal o país europeu com fronteiras estáveis há mais tempo. Fosse na raia seca (como no Lindoso, em Ponte da Barca) ou na raia do Rio Minho (como é o caso de Melgaço ou Cerveira), o reino de Portugal foi, de geração em geração defendido por anónimos e por famosos combatentes, originando lendas e histórias que ajudaram a formar o colectivo português, como a Deu-La-Deu Martins ou a Inês Negra.


Como vê, o Alto Minho esteve na génese da nacionalidade, de forma mais marcada do que qualquer outra região do país.


Boas andanças!





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